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Qual o seu conhecimento sobre a escolha de catecolaminas ? Esse é o tema do nosso quiz #60.
O Quiz é uma ótima oportunidade para não só testar os seus conhecimentos, como agregar maior valor aos seus aprendizados e experiência profissional, colaborando para um melhor acolhimento de seus paciente e eficiência no serviço que você realiza do atendimento na emergência, pré-hospitalar e terapia intensiva.
Para aprofundar seus estudos, não deixe de consultar as referências bibliográficas.
Vamos lá?
Para abordar o tema sobre a escolha de catecolaminas convidamos o médico Intensivista e Anestesiologista, Dr. Leandro Braz de Carvalho.
Dr. Leandro é Médico Intensivista e Anestesiologista, Membro do Comitê do Programa FCCS – Society of Critical Care Medicine e Instrutor do FCCS, ACLS, PVMA na Somiti.
Questão
Em pacientes com choque distributivo e fibrilação atrial, qual a escolha de catecolaminas a utilizar?
a) Dopamina associada a norepinefrina
b) Norepinefrina associada a vasopressina
c) Norepinefrina isoladamente
d) Vasopressina isoladamente
Comentário
As mais recentes diretrizes da Surviving Sepsis Campaign sugerem a adição de vasopressina à norepinefrina para elevar a pressão arterial média (PAM) ao alvo, ou a adição de vasopressina para diminuir dosagem de norepinefrina (recomendações fracas, qualidade moderada de evidência).
O objetivo desta revisão sistemática e meta-análise foi determinar a associação entre o tratamento com vasopressina e vasopressores de catecolamina na fibrilação atrial, morbidade e mortalidade comparados com catecolaminas isoladas.
Nesta meta-análise, a adição de vasopressina a vasopressores de catecolaminas em comparação com as catecolaminas sozinhas foi associada a um menor risco de fibrilação atrial. No entanto, os resultados para desfechos secundários variaram.
No choque distributivo, vasodilatação generalizada leva à diminuição das resistências vasculares sistêmicas e da pressão arterial média (PAM). Se não for revertida, a hipoperfusão do órgão-alvo resulta em morbidade significativa; as taxas de mortalidade alcançaram 50% em estudos observacionais realizados em 2013 e 2014. Sepse é a causa mais comum de choque distributivo.
Também pode ocorrer após cirurgia cardiovascular, lesão da medula espinhal ou surgir como consequência de anafilaxia ou hipoperfusão prolongada. O manejo do choque distributivo envolve o tratamento da causa subjacente, a ressuscitação volêmica e a infusão de vasopressores para manter a pressão sanguínea de perfusão. Os clínicos frequentemente usam vasopressores catecolaminérgicos (por exemplo, norepinefrina, epinefrina, dopamina, dobutamina).
No entanto, as catecolaminas têm efeitos adversos, incluindo isquemia miocárdica e arritmia, que podem afetar os resultados. A fibrilação atrial é um evento adverso comum em pacientes com choque distributivo e está independentemente associada com morbidade, mortalidade e aumentos no tempo de permanência.
A vasopressina, um hormônio peptídico endógeno, também pode ser usado como vasopressor. Pacientes com choque séptico têm relativa deficiência de vasopressina e a administração exógena de vasopressina eleva a pressão arterial aumentando o tônus vascular.
Ao reduzir a necessidade de catecolaminas, diminui a estimulação dos receptores β1 miocárdicos arritmogênicos e a demanda de oxigênio miocárdica associada. Entre outros mecanismos, pode se traduzir em uma redução nos eventos adversos, incluindo fibrilação atrial, lesão de outros órgãos e morte.
Resposta certa
Letra b – Norepinefrina associada a vasopressina
Fundamentação: No choque distributivo, a ocorrência de fibrilação atrial pode ser devida a uma resposta a vasodilatação excessiva ou estímulo por drogas vasoativas. Em estudos recentes, ficou comprovada que a adição de vasopressina a catecolaminas é superior a catecolaminas isoladas para fibrilação atrial.
Referência:
- Fundamental Critical Care Support – 6th edition- SCCM, 2017
- Associação de vasopressina e catecolaminas versuscatecolaminas isoladas em pacientes com fibrilação atrial e choque distributivo: Revisão Sistemática e Meta-análise. William F. McIntyre, Kevin J. Um, Waleed Alhazzani, Alexandra P. Lengyel, Ludhmila Hajjar, Anthony C. Gordon, François Lamontagne, Jeff S. Healey, Richard P. Whitlock, Emilie P. Belley-Côté. JAMA 2018; 319 (18): 1889-1900. doi: 10.1001 / jama.2018.4528
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