As variações de sintomas dos pacientes são explicadas pelos diversos locais do cérebro que podem ser a origem da crise. Além das crises generalizadas, que atingem todo o corpo, há crises focais, que envolvem uma região mais restrita do cérebro, tendo repercussões em apenas uma parte do corpo. Dependendo da área cerebral afetada, a pessoa não entra em convulsão, mas experimenta outras reações, como dormência em partes do corpo, alucinações visuais, cheiros estranhos, zumbidos, alteração de consciência às vezes de poucos segundos (ausências), abalos mais localizados, desvios cefálicos. A pessoa pode sente um pressentimento antes da crise (aura), com deja vu, sensações abdominais ascendentes, mudanças no humor…
Outro tipo de crise frequente é a mioclônica, que se caracteriza por abalos musculares rápidos, principalmente de manhã cedo, precipitadas por privação de sono ou estresse. Se assemelha à sensação normal que apresentamos no início do sono. Nessa crise a pessoa solta objetos, pode cair no chão, parecendo desajeitada, com pouca alteração do nível de consciência.
Quais as causas da crise?
As causas são diversas: tumores, sequela de traumatismo craniano ou de acidente vascular cerebral, etc. Outras causas se relacionam ao uso de drogas ou álcool, alterações metabólicas, febre alta em crianças.
As crises podem ser evitadas?
As crises epilépticas podem ser controladas, na maioria dos pacientes, com medicamentos. É importante não apenas o correto atendimento da emergência; depois de prestado o socorro, mantenha a pessoa sob acompanhamento para descobrir as causas, prevenir crises e educar o paciente a não interromper a medicação sem controle médico. Como as crises são imprevisíveis, o tratamento tem que ser contínuo, por um período de dois a cinco anos (mas o tempo de tratamento deve ser considerado individualmente). Além disso, é necessário cuidados – algumas atividades físicas são proibidas (mergulho, alturas, esportes radicais) e recomendada atenção especial com o sono. A legislação do DETRAN dispõe que a condução de veículos é liberada, somente se as crises estiverem controladas por no mínimo um ano, durante o uso de anticonvulsivantes.
É possível prevenir?
Uma vez evidenciado o problema, com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, há maior chance de controle, evitando consequências indesejáveis.
Como agir diante do quadro?
– Manter a calma, tranquilizando quem quer que esteja testemunhando a crise;
– Deitar o paciente de lado, para evitar que aspire secreções ou vômito para os pulmões;
– Afrouxar as roupas, retirando as que estiverem em excesso, em especial a roupa ao redor do pescoço, como a gravata, para evitar dificuldades de respiração. Retire do corpo da pessoa todos os objetos que possam machucá-la, como pulseira, colares e óculos;
– Proteja cabeça e os membros;
– Não tente reanimá-la, jogando água ou dando-lhe algo para beber ou cheirar e nem dando-lhe tapas;
– Não segure a língua da vítima, ela não o engolirá;
– Durante a crise observe as partes do corpo que estão apresentando movimentos convulsivos, para relatar posteriormente ao médico;
– Transporte-a com segurança, depois de cessada a crise, para que receba atendimento especializado;
– Chame um médico ou ambulância caso a crise ultrapassar 3 minutos, ou ocorram crises múltiplas;
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