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Pronto para mais um quiz Somiti? Hoje vamos falar sobre COVID-19.
Para explicar sobre o assunto, convidamos Dr. Leandro Braz. Ele é Médico Intensivista e Anestesiologista, Membro do Comitê do Programa FCCS – Society of Critical Care Medicine e Instrutor do FCCS, ACLS, PVMA na Somiti.
O quiz é oportunidade de testar seus conhecimentos sobre temas importantes do dia a dia do atendimento na urgência, emergência, pré-hospitalar e terapia intensiva.
Vamos lá?
Questão – coronavírus
Com relação ao COVID-19, marque a opção correta:
A) Medicações como anti-inflamatórios e fenilefrina são seguras e não há
recomendações específicas sobre o seu uso;
B) A transmissão vertical, de mãe para feto, está comprovada como uma
forma de transmissão do vírus;
C) O uso de inibidores da enzima de conversão deve ser interrompido e
substituído por outra classe de anti-hipertensivos de acordo com as
recomendações das Sociedade Europeia de Cardiologia;
D) Até o momento não existe tratamento específico para a doença.
Resposta – coronavírus
Letra D: Até o momento não existe tratamento específico para a doença.
Comentário – coronavírus
Até a data de publicação deste texto (19 de março) não existe tratamento específico ou vacina contra a COVID-19. Contudo, medicamentos experimentais e combinações de medicamentos como remdesivir, lopinavir/ritonavir (LPV/RTV) ou lopinavir/ritonavir e interferon Beta-1b estão sob investigação e poderiam ser considerados, para uso compassivo em casos extremos de pacientes graves. Foi demonstrado que remdesivir e interferon Beta-1b têm atividade antiviral superior ao LPV e RTV in vitro.
Pacientes que evoluem para Síndrome Respiratória Aguda ou Choque associado ao coronavírus podem se beneficiar do uso de lopinavir/ritonavir 400mg/100mg por via oral, 2 vezes ao dia, durante 10 a 14 dias, podendo-se associar ou não Peg-Interferon-alfa2a 180 mcg via subcutânea em dose única.
Se o diagnóstico for incerto ou se houver suspeita de coinfecção, a terapia empírica para a pneumonia adquirida na comunidade deve ser considerada, usando antibióticos para patógenos respiratórios típicos e atípicos. Em pacientes com SDRA, a superposição de infecção bacteriana e fúngica é frequentemente associada ao choque e disfunção de múltiplos órgãos.
Corticosteróides foram frequentemente considerados para o tratamento de pacientes com doença grave, mas a ocasional redução da lesão pulmonar induzida por inflamação não teve benefício claro. Adicionalmente as evidências atuais sugerem que os corticosteróides, além de não terem impacto sobre a mortalidade, promovem o retardo na depuração viral, com aumento da carga viral e viremia. Neste cenário, corticosteróides sistêmicos NÃO devem ser administrados rotineiramente, em acordo com as orientações provisórias da OMS.
Apesar da publicação em revistas científicas (Lancet, por exemplo) de possível associação de uso de Ibuprofeno, Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA) com pior prognóstico em grupos de pacientes com COVID-19, o que foi repercutido também na imprensa leiga, não há comprovação científica definitiva dessa associação e, portanto, não está recomendada a contraindicação do uso destes medicamentos ou a substituição de tratamentos já instituídos.
Não há, até o momento, registro de transmissão vertical (mãe-feto) do vírus responsável pela doença COVID-19. Os casos em recém-nascidos identificados até o momento foram considerados como de transmissão após o nascimento. A gravidez não é, isoladamente, fator de risco para adquirir a doença nem para pior prognóstico. Cuidados maiores devem ser tomados em relação a grávidas com comorbidades ou complicações perinatais.
Referências
AMIG (Associação de Medicina Intensiva Brasileira).
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