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O choque séptico pediátrico, ou sepse grave, é uma condição rara causada pela sepse. Ele se dá quando agentes infecciosos (como fungos, vírus e bactérias) entram na corrente sanguínea e colocam a vida do paciente em risco.
A doença é grave, pois já é o estágio avançado de uma infecção. A medida que a infecção avança pelo organismo, as células de defesa projetam uma reação inflamatória sistêmica para tentar impedir o progresso do corpo estranho. O problema é que quando o organismo responde dessa maneira, ele pode acabar se prejudicando.
O choque séptico é um dos principais responsáveis pela mortalidade e morbidade infantil. Segundo estudo conduzido pelo ILAS em 2016, a expectativa de ocorrência de sepse no Brasil vai de 400 a 500 mil casos por ano – e mais da metade desses casos (55%) tem como resultado o óbito.
De acordo com especialistas, há uma infinidade de motivos que explicam esse quadro problemático. O primeiro deles é a falha na atenção primária à saúde. O resultado é o desconhecimento da população, que somente busca ajuda clínica quando a infecção já está muito avançada.
Por outro lado, os hospitais brasileiros estão muito mal preparados para realizar um diagnóstico diligente em emergência. Se o choque séptico não é tratado de forma ágil e assertiva, as chances de óbito são altíssimas.
Por isso, conheça as primeiras indicações de diagnóstico e tratamento do choque séptico pediátrico em UTI.
O choque séptico pediátrico em terapia intensiva
O tempo é o principal fator quando se trata da reversão da sepse grave. O paciente nesse estado tem todo o organismo comprometido: a pressão sanguínea cai perigosamente e, por consequência, a oxigenação dos órgãos fica prejudicada.
Portanto, analisar o quadro geral da criança ao chegar na triagem é o primeiro passo para salvá-la.
Triagem
Baixa pressão, calafrios; corpo pálido e gelado; dificuldade respiratória; desorientação; falta de ar severa; confusão mental; perda de consciência; vômito; diarreia e enjoos são sintomas muito indicativos da sepse grave.
Além disso, o choque séptico pediátrico, especificamente, apresenta como sintomas:
- Pele muito fria, azulada, pálida e manchada;
- Desmaios longos e frequentes;
- Respiração rápida e descompassada;
- Convulsão.
Tratamento
O tratamento da sepse grave em terapia intensiva pode incluir diversas fases. A primeira hora de intervenção médica é crucial. O objetivo é restaurar a via aérea, a ventilação, a oxigenação, a perfusão periférica, a pressão arterial e a frequência cardíaca.
É esperado, após os primeiros 60 minutos de tratamento, que a consciência, a pressão arterial, o débito urinário, a concentração de cálcio ionizado e a glicemia estejam normalizados.
Além disso, os pulsos centrais e periféricos devem estar normais e as extremidades – como mãos e pés – aquecidas. É esperado também que o enchimento capilar periférico seja igual ou menor do que 2 segundos.
Após a primeira hora, espera-se um quadro de estabilização. Dessa forma, a consciência deve estar normalizada; a pressão de perfusão ajustada para a faixa etária; a frequência cardíaca normal; o pulso normal; o débito urinário saudável; ânion gap; INR e lactato adequados.
Deve-se também prezar pela monitorização constante, realizar a ressuscitação volumétrica e suporte hemodinâmico.
O choque séptico pediátrico é um problema que pode ser combatido com mais força na atenção primária à saúde e nas Unidades de Tratamento Intensivos, por meio de diagnóstico precoce assertivo e mobilização agressiva. Continue a acompanhar o site e os artigos do blog Somiti para mais conteúdos como esse. Siga-nos também nas redes sociais – Facebook e Instagram – para não perder novos artigos!
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