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Quinta-feira é o dia da resposta completa do Quiz aqui no Blog!
O quiz é oportunidade de testar seus conhecimentos sobre temas importantes do dia a dia do atendimento na urgência, emergência, pré-hospitalar e terapia intensiva.
O desafio dessa semana é sobre PCR, mais especificamente, compressões torácicas. Você pode aprofundar seus estudos através das referências bibliográficas e também fazendo o curso ACLS.
Vamos à questão?
Compressões Torácicas
Qual a frequência de compressões torácicas deve ser realizada na PCR?
a) Entre 80 e 100/min
b) Entre 100 e 120/min
c) <100/min
d) >120/min
Resolução
Os estudos que embasaram essa recomendação são observacionais em humanos. Tais estudos avaliaram a associação entre frequência de compressões torácicas e retorno da circulação espontânea (RCE), além de diversas variáveis fisiológicas, como pressão arterial e PETCO2.
As duas referencias com maior impacto para a recomendação foram os artigos: “Relationship Between Chest Compression Rates and Outcomes From Cardiac Arrest” publicado na Circulation (http://circ.ahajournals.org/) em 2012 e “Chest compression rates and survival following out-of-hospital cardiac arrest” (Crit Care Med. 2015 Apr;43(4):840-8).
Ambas utilizaram dispositivos de monitorização-desfibrilação, que registram dados da Ressuscitação Cardiopulmonar por meio da atividade elétrica (linha preta), bioimpedância (linha verde) e compressões torácicas (setas vermelhas), como pode ser observado na figura a seguir:
Nesses estudos foi evidenciada uma correlação entre sobrevivência à alta hospitalar e frequência de compressões torácicas em uma faixa ótima entre 100 e 125 compressões por minuto.
Além da correlação com a sobrevivência, há uma associação interdependente entre frequência e profundidade das compressões durante compressões manuais.
A medida que as compressões aumentam para mais de 120/min a profundidade reduz de maneira interdependente.
Por exemplo: a proporção de compressões com menos de 38 mm foi de aproximadamente 35% para uma faixa entre 100 a 119/min, mas aumentou para 50% para uma faixa de compressões entre 120 a 139/min e para 70% em compressões acima de 140/min como pode ser observado nas tabelas a seguir:
A análise das evidencias apresentadas nesses estudos gerou a recomendação do Guideline da American Heart Association publicado em 2015.
Resposta correta:
Letra B. Frequência de 100 a 120 compressões por minuto. (Classe IIa Nível de evidencia C –LD).
Referências
- Relationship between chest compression rates and the probability of survival to hospital discharge. Ahamed H. Idris et al. Circulation. 2012;125:3004-3012.
- Chest compression rates and survival following out-of-hospital cardiac arrest. Crit Care Med. 2015 Apr;43(4):840-8. doi: 10.1097/CCM.0000000000000824.
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