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Complicações gestacionais são grandes preocupações para gestantes e profissionais da saúde. Um dos principais problemas nesse sentido é a sepse na gravidez que, segundo a OMS, é uma das quatro maiores causas de de morte materna, assim como o aborto, as doenças hipertensivas e hemorrágicas.
A sepse materna é uma condição que resulta de uma infecção e pode ser observada em alguns momentos: ao longo da gestação, no momento do parto, no pós-parto ou no aborto.
No artigo a seguir, apresentaremos os principais sinais de sepse durante a gravidez e algumas abordagens para esses casos em atendimentos de urgência e emergência.
Boa leitura!
Sepse na gravidez: o que é, porque ocorre, sintomas, diagnóstico e tratamento
Sepse, ou choque séptico, é uma resposta inflamatória aguda e secundária a um foco infeccioso.
Apesar de não ser considerada um grande problema por muito tempo, nos últimos anos, devido ao aumento de gestações após os 40 e a elevação dos índices de comorbidades – como hipertensão arterial sistêmica, diabetes tipo 2 e obesidade –, a condição passou a deixar a comunidade médica em alerta.
Hoje, a sepse é uma das principais causas de entradas de mulheres grávidas em UTI. A situação não preocupa apenas pelo evento em si, mas também devido às suas complicações, como:
- Infecção fetal;
- Possibilidade de parto prematuro;
- Aumento da taxa de mortalidade fetal;
- Aumento da taxa de cesariana;
- Hipóxia e acidose.
Conhecer precisamente as particularidades fisiológicas da paciente, neste momento, é essencial para conduzir a melhor abordagem de contenção de danos e tratamento.
Sintomas e diagnóstico da sepse na gravidez
Manifestações como hipotermia, febre, diarreia, vômito, dor abdominal, rash cutâneo, tosse produtiva, sintomas urinários e corrimento vaginal suspeito são os primeiros sinais.
Pode-se observar, também, frequência respiratória acima de 20 RPM e frequência cardíaca acima de 100 BPM. Observados esses acontecimentos, deve-se agir rapidamente.
Variáveis laboratoriais complementares, como leucopenia, leucocitose, proteína C-reativa > 7, dentre outras, podem ser identificadas, sobretudo no ato da internação ou na Terapia Intensiva.
Tratamento
Quando falamos sobre sepse, o tempo bem usado é o principal recurso. Portanto, na primeira hora, as principais intervenções devem ser conduzidas sequencialmente.
São elas:
- Ressuscitação hemodinâmica inicial;
- Recolhimento de culturas;
- Administração de antibióticos de amplo espectro – Gentamicina e Clindamicina (não se deve esperar o resultado das culturas para administração);
- Medição do lactato (maiores que 2 devem ser medidos novamente);
- Ressuscitação volêmica, com 30 ml por quilo, de cristalóide (mesmo sem os resultados do lactato).
Passada a primeira hora, entra em vigor um conjunto de ações que serão conduzidas nas próximas seis horas.
Alguns exames podem auxiliar a terapia a prevenção, são eles: função renal e hepática, hemograma, bioquímica, coagulograma, eletrólitos, gasometria arterial, glicemia e, como apontado, culturas.
Outros cuidados podem ser tomados ao longo da internação, como:
- Manter oxigenação adequada e vias aéreas pérvias;
- Controlar o índice glicêmico;
- Administrar corticóides;
- Introduzir alimentação precoce via enteral;
- Transfusão sanguínea, quando necessário;
- Evitar quadro de trombose venosa profunda;
- Evitar quadro de úlcera de estresse;
- Conter quadros de infecções nosocomiais;
- Cuidar do tratamento do feto.
Casos de sepse em pacientes obstétricas são delicados e exigem tratamentos muito ágeis, em curto período. Trata-se de um desafio em Terapia Intensiva e, para que profissionais de saúde tenham bom desempenho nesse quesito, é essencial uma preparação adequada.
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