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A intubação traqueal, endotraqueal ou intubação orotraqueal (IOT) é um procedimento que visa preservar a respiração do paciente durante cirurgias que envolvem anestesia geral, ou em quadros de complicação respiratória grave.
Considerada um método de suporte avançado à vida, a técnica não é uma novidade nas UTIs, mas tem se tornado muito popular durante a pandemia do novo coronavírus. Você sabe por quê?
Confira no artigo a seguir!
O que é a intubação traqueal
O procedimento consiste na inserção de um tubo – através do nariz ou boca – até a traqueia do paciente, com o auxílio de um laringoscópio. Com isso, fica instalada a ventilação mecânica pulmonar.
A intubação traqueal depende de diversos fatores para ser bem sucedida.
Vemos isso, na prática, ao comparar a técnica feita numa Unidade de Terapia Intensiva – com todos os equipamentos e profissionais à disposição – a uma emergência externa ou, ainda, quando é feita em hospitais com poucos recursos.
O resultado positivo também depende da anatomia do paciente e, claro, das habilidades dos médicos e enfermeiros envolvidos.
Sequência Rápida de Intubação (SRI)
A sequência rápida de intubação, ao contrário do nome, não é tão acelerada assim. Por esse e outros motivos, algumas equipes médicas simplificam a SRI. Porém, essa prática pode levar a falhas no procedimento. As falhas implicam em repetições em repetições desnecessárias da intubação e em desgastes físicos – como o retorno do conteúdo gástrico, vômitos, broncoaspiração e dessaturação.
A intubação rápida envolve uma preparação completa para ventilar o paciente e é baseada em 7 “Ps”:
- Preparação dos equipamentos e cenário;
- Pré-oxigenação;
- Pré-tratamento, ou pré-droga – envolve analgesia e indução;
- Paralisia depois da indução;
- Posicionamento do paciente;
- Passagem do tubo;
- Pós intubação – avaliação hemodinâmica, por meio de exame físico e monitor multiparamétrico.
A SRI é conduzida por dois profissionais: um que preserve a estabilização da coluna e da cabeça e outro que faça a inserção do tubo endotraqueal.
Algumas precauções ao realizar a intubação traqueal
- Devem ser retiradas as próteses da pessoa;
- O paciente deve estar acomodado em decúbito dorsal (deitado com corpo reto, 180°);
- É preciso identificar um duto com diâmetro compatível à fisiologia da pessoa;
- É preciso fazer a hiperextensão da cabeça e equilibrar o duto com uma peça bucal;
- Um balonete é usado para regular o duto em relação à traqueia;
- O respirador é acionado para preservar a qualidade e a regularidade da passagem do ar.
Obs.: casos em que o paciente apresenta uma via aérea difícil podem ser conduzidos com a intubação facilitada, descartando o bloqueador neuromuscular.
Intubação traqueal em casos graves de COVID-19
A intubação traqueal é o único procedimento que pode estabilizar o quadro de falência respiratória causada pelo coronavírus.
O SARS-CoV-2 é muito eficiente em gerar intensos e graves processos inflamatórios, o que afeta, principalmente, os pulmões e o sistema cardiovascular. Isso acontece, na maioria dos casos, em indivíduos que estão no grupo de risco, como idosos, pneumopatas e fumantes.
Vale ressaltar que a ventilação não-invasiva com pressão positiva (VNIPP), através de máscara facial, ainda não é uma alternativa válida para casos de insuficiência respiratória aguda causados pelo novo coronavírus.
Protocolos de intubação traqueal para casos de COVID-19
A Associação Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB) elaborou “Orientações sobre o manuseio do paciente com pneumonia e insuficiência respiratória devido a infecção pelo Coronavírus (SARS-CoV-2)”. As orientações contém informações sobre: Sequência Rápida de Intubação; Parâmetros da Ventilação Mecânica Protetora; Corticoesteroides e outras opções de imunomodulação; Óxido Nítrico; Retirada da Ventilação Mecânica do paciente com COVID-19; Uso da Ventilação Não-Invasiva; Uso de Cateter Nasal de Alto Fluxo (CNAF); Posição prona durante ventilação espontânea; Uso de Tabela Alternativa para encontro da PEEP ideal; e Outros dispositivos alternativos de oxigenação.
A Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE) e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) atualizaram as Recomendações para a Intubação Orotraqueal em pacientes portadores de COVID-19. As indicações incluem o material necessário para intubação (incluindo via aérea difícil); os Equipamentos necessários; os Fármacos; a Pré-oxigenação; a Intubação orotraqueal (IOT); e a Troca de tubo endotraqueal.
E as abordagens para o COVID-19 em terapia intensiva? A intubação do paciente portador do coronavírus possui algumas particularidades e cuidados que diferem da intubação convencional. Você pode desenvolver essas e outras habilidades no curso da Somiti.
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