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Pronto para mais um quiz Somiti? Hoje vamos falar de Sepse
Para falar de Sepse, convidamos Maria Aparecida Braga
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 1982, especializou-se em Clínica Médica, Cardiologia, Medicina Intensiva, Medicina de Emergência, Nutrologia e Gestão em saúde. É Doutora em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, Master in Business Administration em Gestão de Saúde e Master in Business Administration em Gestão de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas. Maria Aparecida também é Coordenadora de Cursos da American Heart Association para Sociedade Mineira de Terapia Intensiva.
O quiz é oportunidade de testar seus conhecimentos sobre temas importantes do dia a dia do atendimento na urgência, emergência, pré-hospitalar e terapia intensiva.
Para aprofundar seus estudos, não deixe de consultar as referências bibliográficas.
Vamos lá?
Questão
Sônia, 62 anos com histórico de diabetes e hipertensão é atendida no Pronto-Socorro com uma história de 2 dias de febre não termometrada, calafrios e disúria. Faz uso regular de metformina 500mg após café da manhã e almoço e amlodipina 10 mg por dia.
Ao exame físico apresenta-se desidratada (+++/4+), ausência de turgência jugular, extremidades quentes e bem perfundidas (<3 segundos), febril (Temperatura axilar 38,8oC).
Pressão arterial 85/55 mmHg, bulhas normofonéticas, taquicárdicas, com frequência cardíaca de 130 bpm.
Pulmões limpos, frequência respiratória de 26 ipm e saturação de oxigênio de 94% em ar ambiente.
Abdome sem sinais de irritação com leve dor à palpação de sua região suprapúbica.
Os exames laboratoriais mostram lactato 5,0 mmol por litro, anion gap 25 mmol por litro, leucócitos 20.000/mm3 e hemoglobina 9,0 g/ dL, creatinina 1,7 mg/dL, uréia de 179 mg/dL, urina rotina apresenta leucócitos +++, mais de 100 piócitos por campo e numerosos bacilos Gram negativos ao bram de gota de urina.
Você inicia a administração intravenosa de solução cristalina.
Qual a hipótese diagnóstica inicial mais provável para este caso?
A. Choque séptico.
B. Sepse grave.
C. Sepse.
D. Pielonefrite aguda
Comentário
No caso apresentado a paciente apresenta-se hipotensa, taquipnéica, (>2mg/dL), com elevação de uréia e creatinina e lactato acima do valor de referência, além de ânim GAP elevado e a reposição volêmica foi iniciada. Podemos pensar que o foco seja um quadro de pielonefrite, porém o reconhecimento precoce e adequado do quadro séptico é de fundamental importância para a abordagem inicial adequada. Ainda não temos dados para a definição de choque séptico, pois este baseia-se nos dados obtidos após a reposição volêmica. O termo “sepse grave” não faz parte das definições atuais.
Em 2016 novas definições para sepse e choque séptico foram publicados1,3. Infecção com resposta inflamatória sistêmica é descrito como infecção, pela redundância deixa de existir o termo “Sepse Grave”, disfunção orgânica passa a ser medido pela variação do SOFA ≥ 2 pontos e sepse com necessidade de vasopressor para manter pressão arterial medica>65mmHg e manutenção de lactato > 2mmol/l depois de ressuscitação volêmica é definido como choque séptico.
De acordo com o Instituto Latino América de Sepse2,3paciente com infecção sem disfunção é aquele que, tendo ou não os critérios de SRIS, possui foco infeccioso suspeito ou confirmado (bacteriano, viral, fúngico, etc.) sem apresentar disfunção orgânica. Sepse é definida como presença de disfunção ameaçadora à vida em decorrência da presença de resposta desregulada à infecção. A presença de disfunção orgânica na ausência dos critérios de SRIS pode representar diagnóstico de sepse. Assim, na presença de uma dessas disfunções, sem outra explicação plausível e com foco infeccioso presumível, o diagnóstico de sepse deve ser feito, e o pacote de tratamento iniciado, imediatamente após a identificação. Choque séptico é definido pela presença de hipotensão não responsiva à utilização de fluídos, independente dos valores de lactato. A SSC não adotou o novo conceito de choque, que exige a presença concomitante de lactato acima do valor de referência mesmo após reposição volêmica inicial.
Resposta certa
C. Sepse.
Referência:
JAMA. 2016;315(8):801-810. doi:10.1001/jama.2016.0287
https://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/protocolo-de-tratamento.pdf
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